Segundo o jornal Folha de São Paulo, o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, ignorou os pedidos de socorro do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), antes da crise de oxigênio estourar em Manaus. A fonte da matéria foram dados da investigação sigilosa da Polícia Federal (PF), que verifica possíveis crimes do general.
Conforme apuração da PF, segundo a Folha, tanto Pazuello quanto o Comando do Exército da Amazônia foram “fortemente avisados sobre a iminência de esgotamento de oxigênio em Manaus”. O inquérito revela que esses avisos foram recebidos por eles cinco dias antes do colapso, mas foram completamente ignorados por ambos.
Faltou transporte
O inquérito revela um ofício, assinado por Wilson Lima, no dia 9 de janeiro. No documento, o governador fala da necessidade de oxigênio medicinal por conta do aumento de pessoas intubadas com a covid-19. Além disso, o ofício informa que a fornecedora, White Martins, disponibilizou, à época, 500 cilindros de oxigênio, que estavam na cidade de Guarulhos (SP), prontos para transporte aéreo urgente às 16h do dia 10 de janeiro.
Além de Pazuello, quem recebeu esse mesmo o pedido de socorro do governador Wilson Lima, no dia 9 de janeiro, foi o Comando do Exército da Amazônia. Resultado, apenas no dia 12 de janeiro, o Ministério da Saúde transportou para o Amazonas 200, dos 500 cilindros de oxigênio disponíveis. No dia seguinte, 13 de janeiro, transportaram mais 150 cilindros.
Mortes por asfixia
Outro ocasião em que o Governo Federal tardou em atender os pedidos de socorro do governador se deu no próprio dia 9 de janeiro. Isso porque a White Martins, nesse mesmo dia, possibilitou 23 tanques de criogênicos móveis de oxigênio líquido também no aeroporto de Guarulhos (SP) para serem transportados pela Força Aérea Brasileira à Manaus. Entretanto, apenas 6 tanques foram enviados e três dias depois.
Depois do colapso do dia 14 de janeiro, os envios de oxigênio medicinal foram feitos com mais urgência à capital do Amazonas. Mas, a ajuda chegou tarde e não foi suficiente para evitar a morte por asfixia nos hospitais de Manaus. Além da capital, em janeiro, cidades do interior do Estado também sofreram com a falta de oxigênio.