A prefeitura de Manaus perdeu investimentos de cerca de R$ 10 milhões no setor cultural nos dois primeiros anos da gestão do prefeito David Almeida (Avante) por não ter um Plano Municipal de Cultura (PMC) em vigor, segundo projeção feita nesta segunda-feira (8) pelo presidente do Conselho Municipal de Cultura (Concultura), Tenório Telles, em discurso na Câmara Municipal de Manaus (CMM).
“A ausência desse plano é responsável por um prejuízo material, financeiro e de vida. Considerando que, numa projeção, nós teríamos tido condições de disponibilizar, de ter na cultura em torno de R$ 5 milhões de reais por ano para prover, para patrocinar projetos”, explicou o escritor.
Parado desde 2012, na gestão do ex-prefeito Amazonino Mendes (1939-2023), o PMC foi apresentado nesta segunda-feira aos vereadores de Manaus. As discussões em torno do plano só foram retomadas em 2022 e a previsão inicial era de que o projeto fosse concluído em agosto do ano passado.
Ao todo, segundo a projeção feita por Telles, a prefeitura deixou de captar pelo menos R$ 85 milhões nos últimos anos pela ausência do plano, que é um documento formal, com força de Lei, que representa a política de gestão cultural da capital.
“Isso significa um prejuízo muito grande para a construção de um processo cultural efetivo na nossa cidade, mas o prejuízo maior é que milhares de jovens deixaram de ter as suas potencialidades despertadas, as suas capacidades desenvolvidas”, destacou o presidente do Concultura.
‘Plano estava pronto’
O diretor-presidente da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), Osvaldo Cardoso, admitiu que o PMC já estava pronto há pelo menos quinze dias. “Eles [a classe artística] me indagaram e falaram: o nosso plano municipal de cultura está pronto […], é só enviar para a Câmara”, contou.
Na última quarta-feira (3), uma versão inicial do Plano de Cultura foi enviada aos vereadores, mas o projeto foi retirado de pauta para correções. A versão final foi apresentada nesta segunda-feira e segue para a avaliação das comissões temáticas, devendo retornar ao plenário na próxima quarta-feira (10) para a votação final.