A Prefeitura de Manaus realizou um bloqueio nas finanças da Câmara Municipal de Manaus (CMM) e impediu o Poder Legislativo de fazer qualquer movimentação, seja para pagamento de funcionários ou impostos. Em nota, o Executivo alegou que a Secretaria Municipal de Finanças e Tecnologia da Informação (Semef) realizou uma correção no Sistema de Administração Financeira Integrada Municipal (Afim) em relação aos pagamentos destinados à Câmara Municipal de Manaus (CMM) em 2023.
Contudo, em coletiva de imprensa, o presidente da CMM, vereador Caio André (Podemos) afirmou a medida era desnecessária e que o departamento financeiro da casa foi pego de surpresa.
“Nós fomos surpreendidos pelo bloqueio do sistema da Câmara Municipal de Manaus, o sistema orçamentário das nossas contas contábeis, que impediu que fizéssemos todas as transações financeiras. Isso é inédito e nunca aconteceu o bloqueio do Executivo dos recursos da Câmara”, disse.
A situação ocorre um dia depois da CMM negar um novo empréstimo de R$ 600 milhões solicitado pelo prefeito David Almeida. A votação contou com voto de desempate do presidente Caio André. O vereador, entretanto, afirmou que não poderia ser leviano em ligar os dois fatos sem provas. Ainda assim, destacou que não iria aceitar interferência do Poder Executivo.
“Ontem, depois da votação, houve uma desarmonia entre esses poderes e a Câmara não vai se curvar. Nós iremos tomar todas as providências cabíveis para que isso jamais aconteça com o Poder Legislativo municipal. […] vamos apurar e observar os fatos, se foi um erro da servidora [responsável]. Seria leviano da minha parte [acusar] sem essas informações. Não dá para fazer qualquer conjectura política”, disse.
Caio André afirmou que a CMM buscará ouvir a servidora responsável pelo sistema e o titular da Semef, Clécio Freire.