No que depender da vice-reitora da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Therezinha Fraxe, a Pró-Reitoria de Inovação Tecnológica (Protec) vai passar a fazer parte de um núcleo de inovação tecnológica. Entretanto, depois da novidade resultar até em manifesto contrário à decisão, o reitor Sylvio Puga deixou a licença – para acompanhar um tratamento de saúde familiar – de lado e retornou à principal cadeira da cúpula da academia.
Somente em janeiro deste ano, foram dois manifestos, um elaborado por estudantes e outro pelos servidores, ambas as categorias protestam, afirmando que a mudança significa a perda de bolsas e a descontinuação de projetos. A reitoria negou e fala em fortalecimento do setor. Diante da repercussão negativa da extinção da Protec e de outros setores, Puga já retomou o cargo, mas ainda não desfez o processo iniciado pela vice.
Decisão não democrática
De acordo com o vice-presidente na União Estadual dos Estudantes (UEE-AM), Ribamar Marques Pereira, um dos grandes problemas da mudança foi o fato de ela ter sido realizada de forma uniltaeral, sem uma prévia consulta a membros de conselhos e servidores. Ele fala do prejuízo que ela trará aos discentes, mas diz também que acredita em uma revisão da decisão assim que Sylvio Puga.
“Para toda mudança, é necessário consultar o Conselho de Administração (CONSAD), e dependendo do caso, pelo Conselho Universitário (CONSUNI) também. Ela [Therezinha Fraxe] fez muita coisa sem as devidas consultas e autorizações. O prejuízo aos estudantes e à sociedade que essas mudanças trazem é alto. Haverá perda de bolsas e extinção de projetos, por exemplo. A Protec é uma pró-reitoria que ela quer transformar num núcleo, e com isso, perde-se estrutura. Mas acreditamos que o Puga possa reverter essa decisão”, disse.
Prejuízo para Empresa Júnior
A mudança, segundo os manifestantes, também faz com que o suporte às Empresas Júnior, não seja mais conduzido pela Coordenação de Empreendedorismo e Inovação. Recursos financeiros para eventos internacionais também não poderão mais ser concedidos, prejudicando projetos e principalmente alunos que desenvolvem projetos de inovação tecnológica.
A reportagem do Manaus 360 tentou contato com a reitora em exercício, Therezinha Fraxe, que respondeu rapidamente apenas que “a Protec não será extinta”, e pediu para que a demanda fosse encaminhada à assessoria de imprensa. No dia 24 de janeiro, Therezinha fez um pronunciamento à comunidade acadêmica no qual negou o corte de bolsas e afirmou que as mudanças significam fortalecimento para o setor.
““Estamos atravessando uma crise no Brasil e não temos como fortalecer uma pró-reitoria que tem seis pessoas. Temos que fortalecer uma pró-reitoria que lá dentro tem uma professora, a docente Cláudia Guerra, que entregou sua patente para a Ufam. O NIT foi criado dentro da Extensão e será acoplado a nossa Fundação, formando uma Agência de Tecnologia Social. Nós precisamos avançar e dar celeridade aos nossos projetos de P & D. Outra questão, que estará dentro do NIT (Núcleo de Inovação Tecnológica) e da Agência de Tecnologia Social e Extensão, é a socialização para a Universidade de projetos de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento). Eu conto com o apoio de todos vocês para o fortalecimento e socialização de projetos de P&D. No que diz respeito à Extensão, continuará havendo bolsas. Nada será excluído, pelo contrário, nós vamos buscar mais bolsas para nossos alunos de PAIC e Programa Institucional de Bolsas de Extensão (PIBEX). Portanto, essa união, esse retorno, do NIT para a Extensão é o que podemos fazer para oferecer distribuição e socialização de P&D para a nossa Universidade”, disse, no pronunciamento.
O reitor, Sylvio Puga, também foi procurado, mas até fechamento deste material, não respondeu.
Manifestos têm adesão
Os dois manifestos publicados são assinados pelos centros acadêmicos da Ufam, além de estudantes, servidores e até mesmo outras instituições de ensino, como universidades federais de outros Estados e faculdades particulares. Confira os manifestos: