O vereador Sassá da Construção Civil (PT) chamou o também vereador Marcelo Serafim (PSB) de “sem caráter” durante a sessão desta segunda-feira (13) da Câmara Municipal de Manaus (CMM). A discussão começou enquanto o petista pedia novas assinaturas pela abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a concessionária Águas de Manaus, que atua no abastecimento de água e no saneamento público da capital.
“É por isso que, às vezes, o povo lá fora ‘taca o pau’ aqui na Casa, por causa de alguns colegas que podem entrar pra baixo”, dizia Sassá, quando foi interrompido por Marcelo Serafim. O petista, então, se dirige ao ex-líder do prefeito: “Por que você não assinou a CPI? Você para falar nesta Casa aqui é um ‘leão’, você é uma pessoa sem caráter, um vendedor. Me respeite”.
Em resposta, Marcelo acusou o vereador de usar a CPI como pano de fundo para realizar negociações com a concessionária. “Não fui eu que fui na empresa, para extorquir a empresa em troca de obra. Não fui eu que negociei para fazer obras com empresas ligadas a mim. Vossa Excelência lave a sua boca! Todo mundo aqui conhece o seu modus operandi“, disse o vereador.
O bate-boca entre os vereadores interrompeu uma onda de homenagens ao ex-governador e ex-prefeito Amazonino Mendes, que faleceu neste domingo (12). O presidente da Casa, vereador Caio André (PSC) pediu respeito à sessão solene e orientou que os colegas se ativessem às homenagens póstumas.
CPI da Águas de Manaus
A CPI para investigar a concessionária da águas e saneamento foi apresentada na Câmara pelo vereador Sassá da Construção Civil (PT), em agosto de 2021. Além do autor, o documento conta a assinatura de 12 vereadores, uma a menos que as 14 necessárias para que a mesa diretora instale a comissão.
Alguns dos focos de investigação são a cobrança da taxa de esgoto de 100%; o reajuste de 24,52% na tarifa, a ser aplicado até 2036; suspensão abrupta no fornecimento de água; falta de abastecimento em localidades das zonas Norte e Leste de Manaus; cobrança de valores sem consumo efetivo e a falta de relatório de cumprimento de metas.
O documento conta com a assinatura de Caio André (PSC), Carpê Andrade (Republicanos), Daniel Vasconcelos (PSC), Elan Alencar (Pros), Ivo Neto (Patriota), Kennedy Marques (PMN), Raiff Mattos (Democracia Cristã), Rodrigo Guedes (Republicanos), Thaysa Lippy (PP), Willian Alemão (Cidadania) e Yomara Lins (PRTB).
O ex-vereador Amom Mandel (Cidadania) também assinou o documento, mas, como deixou a Câmara para assumir a vaga de deputado federal em Brasília (DF), sua assinatura não tem mais validade para a instalação da CPI.