O secretário de Saúde do Amazonas, Anoar Samad, declarou nesta quarta-feira (29) que não seguirá uma possível recomendação do Ministério da Saúde para que crianças de 5 a 11 anos só sejam vacinadas contra a Covid-19 por meio de uma prescrição médica. No Brasil, 19 Estados e o Distrito Federal já se manifestaram dizendo que não vão exigir a receita e o Amazonas é um dos que ainda não se posicionou oficialmente.
Porém, numa entrevista ao jornal “Bom Dia Amazônia”, do Grupo Rede Amazônica, o titular da pasta falou em resguardar os médicos da responsabilidade de receitar a vacina e até exemplificou a sobrecarga no sistema de saúde que uma demanda grande pelo imunizante poderia causar.
“Não temos um comunicado oficial do Ministério da Saúde, ainda não temos uma gota de vacina para criança, então a gente não vai se precipitar. Mas é muito difícil você passar essa responsabilidade para médicos. O médico não tem a quantidade de informação que a Anvisa tem sobre a segurança de vacina. Imagina duas mil pessoas levarem seus filhos pra vacinar de uma vez só no interior do Amazonas. Vou conseguir consulta com o pediatra onde? Não creio que vá vir uma nota técnica [do Ministério da Saúde], mas se vier, não posso deixar isso acontecer aqui no Estado. De forma alguma será aprovado”, disse.
Acre, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo, Santa Catarina e Sergipe já declararam que não vão exigir receita para a aplicação da vacina em crianças. Por enquanto, oficialmente, o Amazonas segue aguardando a possível recomendação do Ministério da Saúde, prometida por Marcelo Queiroga na última quinta-feira (23).
No dia seguinte, o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Eduardo de Oliveira Lula, divulgou uma carta aberta em que afirma que os estados não vão exigir pedido médico para a vacinação de crianças.