Nos últimos dias, surgiram notícias na imprensa sobre uma possível expulsão do deputado estadual do Amazonas, Sinésio Campos, do Partido dos Trabalhadores (PT), ao qual é filiado há 30 anos. Conforme as informações preliminares, membros do partido teriam elaborado um dossiê, assinado pelo presidente municipal do PT-AM, Valdemir Santana, pedindo a saída do parlamentar. Apesar das especulações, Sinésio negou qualquer possibilidade de deixar a sigla quando questionado pela reportagem.
“Nunca tive filiação em outro partido e nem me imagino em outro. Eu sou filiado desde 1991. Estive todos os momentos e dificuldades que o PT já passou. [Essas possíveis mobilizações em torno de uma expulsão] são ataques de grupos internos do PT, ligados à disputa pelo comando do partido que ocorrerá em julho. Não vou e nem posso ser candidato à direção do partido, já que fui reeleito anteriormente”, argumentou Sinésio Campos.
As tensões entre Sinésio Campos e membros do PT não são recentes, mas vêm se intensificando ao longo do tempo no cenário político. Em uma entrevista à Rede Onda Digital, no início de janeiro, o vereador eleito pelo PT em Manaus, Zé Ricardo, sugeriu que Sinésio deixasse a sigla para melhorar a imagem do partido no estado.
Além das críticas internas no partido, Sinésio Campos também enfrenta pressões em razão de sua atuação na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). Suas posições, como a defesa do asfaltamento da BR-319, geram atritos dentro do PT, especialmente por serem amplamente desaprovadas por parte dos filiados. O deputado também tem sido alvo de críticas devido a episódios polêmicos, como quando se envolveu em uma discussão com a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, chegando a apontar o dedo em direção ao rosto da ministra.
A reportagem procurou Marcelo Ramos no início das discussões sobre os conflitos dentro do PT no Amazonas, e o deputado se posicionou sobre a necessidade de unidade dentro do partido. Para Ramos, a questão não deve ser centrada em figuras individuais, como Sinésio Campos ou Zé Ricardo, mas em um projeto coletivo que fortaleça o PT no estado
“O PT não tem que tirar ninguém. O PT tem que se unir não em torno de Sinésio ou Zé Ricardo. O PT tem que se unir em torno de um projeto de reinserção entre os manauaras, virada na votação do presidente Lula em 2026, participação na chapa majoritária em 2026, chapa forte para fazer um deputado federal e chapa forte para fazer dois estaduais. Sinésio, Zé Ricardo, eu, Valdemir, Anne, Sassá, todos precisamos colocar os interesses maiores do projeto do presidente Lula para o Amazonas e para o Brasil acima dos nossos projetos pessoais”, defendeu.
Outra pessoa mencionada pela reportagem, Valdemir Santana, declarou que não tinha conhecimento sobre o documento.