O presidente da CPI da Amazonas Energia na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), deputado Sinésio Campos (PT), classificou como “precipitada” a decisão do juiz Manuel Amaro de Lima, da 3ª Vara Cível e de Acidentes de Trabalho do Amazonas, que liberou a instalação dos novos medidores de consumo de energia elétrica pela concessionária.
Na decisão, o magistrado levou em conta o resultado de uma perícia realizada pelo Instituto de Pesos e Medidas do Amazonas (Ipem) em 57 equipamentos instalados pela concessionária na capital. Os técnicos do Ipem não encontraram irregularidades nos medidores analisados.
Manter a proibição após o resultado da perícia, na avaliação do juiz, “configuraria ato abusivo, além de causar prejuízo à ré, que realizou investimentos com a compra e instalação dos novos medidores”. Com isso, a empresa está autorizada a retomar a instalação dos novos medidores em Manaus.
Já para Sinésio Campos, a perícia é insuficiente já que, segundo ele, foram instalados mais de 13 mil medidores na capital. “O Ipem, quando laudou esses 57 medidores de 13 mil, ele tava analisando tecnicamente somente. Agora, a sociedade foi para a rua dizer ‘não’ a esses medidores”, argumentou o parlamentar.
“Essa empresa acha que o Amazonas, mais de 2 milhões de consumidores, são ‘gateiros’. Se entende que querem chegar em 100 mil novos medidores. […] Eles vão gastar uma média de R$ 150 milhões só nesses novos medidores”, protestou Sinésio sem apresentar dados concretos.
O presidente da CPI aproveitou para lembrar que o Ipem encontrou irregularidades em outros 57 medidores de modelos antigos, que cobravam acima do efetivamente consumido. “A mesma métrica dos novos, que o Ipem identificou na normalidade, identificou também que essa empresa estava cobrando além do consumo”, disse.
Sinésio também prometeu apresentar o relatório final da CPI da Amazonas Energia até o fim do mês de maio. À imprensa, a Amazonas Energia emitiu uma nota informando que vai aguardar o desfecho da comissão na Aleam.