Quem procurou atendimento no hospital Padre Colombo (HPC), no município de Parintins, encontrou dificuldades. A direção do hospital, ligado à Diocese de Parintins, suspendeu na última sexta-feira (1°) os atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo o gerente administrativo do hospital, Marcelo Campos Oliveira, a prefeitura da cidade não faz os repasses necessários e a unidade já alcançou todas as metas definidas pelo convênio com o SUS.
Na sexta-feira (1°), uma decisão do juíz Hercílio Tenório de Barros Filho determinou que o HPC retomasse imediatamente o atendimento pelo SUS, já que, segundo o magistrado, a suspensão deveria ser comunicada com 180 dias de antecedência.
Guerra de versões
Desde a última semana, a direção do hospital tem travado uma troca de acusações com a prefeitura de Parintins. Na quinta-feira (30), a prefeitura alegou que os repasses mensais à unidade, que incluem os contratos com a prefeitura e o governo estadual, somam R$ 1,5 milhão.
Já o hospital disse, em nota, que gostaria “que as coisas estivessem assim”. “A prefeitura deve uma explicação à população parintinense no sentido de explicar para quem está direcionando reais dos R$ 19 milhões, porque para o Pe. Colombo não é”, acrescenta a nota.
Atendimento suspenso
Desde a pandemia, o sistema de saúde foi reorganizado em Parintins. O HPC ficou responsável pelos atendimentos obstétricos e ambulatoriais, enquanto o hospital Jofre Cohen realizaria o atendimento exclusivo para casos da Covid-19.
Em setembro, uma inspeção da Defensoria Pública do Amazonas (DPE-AM) detectou alta sobrecarga de atendimentos obstétricos, superlotação e ausência de vagas na unidade hospitalar.
De acordo com o procurador geral, padre Mauro Romanello, o HPC não está com as portas fechadas, apenas o setor de obstetrícia. A prefeitura classificou o fechamento do Padre Colombo como “arbitrário” e disponibilizou o Jofre Cohen para o atendimento pelo SUS.