Personalidades políticas do Amazonas aproveitam a janela partidária e deram início ao troca-troca de legendas para disputar as eleições de outubro. Com as novas regras eleitorais, fica cada vez mais estratégica a opção por um partido mais robusto, que vença a cláusula de barreira e tenha acesso ao fundo partidário.
A janela partidária é o período no qual a Justiça Eleitoral permite a mudança de legenda sem que isso implique infidelidade partidária e consequente perda de mandato. As movimentações servem como termômetro das candidaturas, orientando qual a leitura que cada parlamentar faz do panorama eleitoral e das pesquisas de intenção de voto.
Candidatos majoritários
Quem inaugurou a mudança partidária foi o governador Wilson Lima, que deixou o PSC, partido pelo qual se elegeu em 2018, pelo recém criado União Brasil, oriundo da fusão entre Democratas e PSL.
O União Brasil tem a maior bancada na Câmara dos Deputados, com 78 deputados, e, consequentemente, os maiores fundos partidário e eleitoral. Para o pleito de 2022, o partido terá quase R$ 800 bilhões em verbas públicas para financiar a campanha.
Principal adversário de Lima, o ex-governador Amazonino Mendes optou pelo PSDB, do ex-prefeito Arthur Neto. Mendes procurava um partido para chamar de seu e chegou a assinar uma carta de intenção de filiação ao União Brasil, mas acabou perdendo a disputa para o atual governador. No ninho tucano, Amazonino deve fortalecer a candidatura de Arthur Neto ao Senado Federal.
Outro pré-candidato que trocou de partido foi Ricardo Nicolau, que deixou o PSD do senador Omar Aziz e foi para o Solidariedade. Carol Braz, que fazia parte do PSC de Wilson Lima, também fez movimentações e se filiou ao PDT, partido pelo qual deve disputar o governo do estado.
Efeito Bolsonaro
As mudanças partidárias entre os candidatos majoritários reflete também nas demais candidaturas. É o caso do presidente Jair Bolsonaro que se filiou no PL. Com isso, lideranças bolsonaristas migram para o partido do ex-senador Alfredo Nascimento.
Na esteira do bolsonarismo, o ex-superintendente da Suframa Alfredo Menezes e o deputado federal Capitão Alberto Neto já anunciaram que também vão para o PL. Menezes estava filiado ao Patriota e Alberto Neto estava no Republicanos, do deputado Silas Câmara.
O vice-presidente da Câmara dos Deputados, deputado Marcelo Ramos, fez o movimento inverso. Crítico do governo federal, Ramos quis evitar qualquer associação com o bolsonarismo e trocou o PL pelo PSD.