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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai começar a julgar nesta sexta-feira (24), o recurso de Adail Filho (PP), eleito prefeito do município de Coari (distante 360 quilômetros de Manaus) em 2020, e que teve sua candidatura cassada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) antes de assumir cargo.
O TRE-AM considerou que a eleição de “Adailzinho” configurou o terceiro mandato consecutivo dentro do mesmo núcleo familiar, o que o torna inelegível. Na esfera regional, ele chegou a ter seu recurso contra a cassação rejeitado.
Por se tratar de um processo virtual, o julgamento do recurso no TSE começa na próxima sexta-feira (24), à 00h, e está previsto para ser concluído às 23h59 do dia 30 de setembro.
Caso a decisão seja por manter a cassação imposta pelo TRE, a superma corte eleitoral deve comunicar a instância regional para que sejam convocadas novas eleições, numa data a ser definida dentro do calendário estipulado pela entidade máxima, tendo o tribunal local o prazo de 40 dias para providenciar e tornar a decisão pública, o que faz com que especialistas acreditem que dificilmente o possível pleito, que pode definir um novo prefeito, aconteça ainda em 2021.
Isso porque a nova eleição, que aconteceria em caráter suplementar, embora dentro de um calendário reduzido, teria que seguir os mesmos ritos de um pleito comum, com prazos para convenções, registro de candidatura e impugnação, propaganda eleitoral, votação e diplmação dos eleitos.
Corrida eleitoral
Apostando na manutenção da cassação, políticos de Coari já se articulam para uma possível eleição suplementar. O ex-prefeitos Raimundo Magalhães e Arnaldo Mitouso aparecem como nomes fortes caso uma nova disputa seja aberta. O curioso é que o primeiro é investigado pelo Ministério Público por improbidade administrativa em seu mandato, enquanto o segundo já chegou a ser condenado pela Justiça pelo assissnato do também ex-prefeito de Coari, Odair Carlos Geraldo, em 1995.
A aposta da situação seria em Keitton Pinheiro – eleito vice-prefeito em 2020 – primo de Adail Filho e sobrinho de Adail Pinheiro, ex-prefeito acusado de comandar uma rede de pedofilia em Coari, e preso pela primeira vez em 2008 na Operação Vorax, da Polícia Federal, por suspeita de desviar mais de R$ 40 milhões.
À época, a PF também colheu indícios de que Adail era chefe de uma rede de exploração sexual que, segundo a polícia, contava com servidores públicos para identificar e aliciar vítimas. Em 2014, ele chegou a ser denunciado por pedofilia e condenado por comandar um esquema de fraudes em licitações, além de desvios de dinheiro público na Prefeitura de Coari.
Em 2017, Adail, o pai, recebeu um indulto e teve a pena de prisão, que era superior a 11 anos, extinta.