Em meio à pandemia da Covid-19, o Brasil contabiliza mais de 13 milhões de desempregados. E entre eles estão estudantes da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), uma vez que um ato da Câmara de Ensino de Graduação (CEG), assinado pelo Pró-Reitor, David Neto, impede algumas modalidades de estágio.
Com isso, estudantes como Gabriel Almeida, aluno do 5º período do curso de Administração, estão sem nenhuma fonte de renda. “Dependo financeiramente do estágio para custear meu próprio sustento e dependo dele para me aprimorar como profissional. Porque, o estágio é uma excelente forma de colocar em prática tudo que aprendemos na teoria”, diz Gabriel Almeida que torce pela revisão da medida.
‘Decisão absurda’, diz universitário
Outro estudante da UFAM que comenta a decisão sobre o estágio é Ribamar Pereira, também aluno do curso de Administração. “Com essa decisão absurda, a Ufam põe em risco de vulnerabilidade diversos estudantes, tanto da capital como do interior. Muitos discentes, inclusive eu, dependem exclusivamente da bolsa de estágio para custear alimentação, moradia, transporte e demais necessidades”, expõe Ribamar.
Segundo o documento, publicado no dia 13 de janeiro deste ano, a Câmara libera estágios não obrigatórios de forma remota, mas desde que ofertado pela empresa oficialmente. Apesar disso, Ribamar ressalta que inúmeros estudantes estão perdendo contrato de estágios pela falta de assinatura, pois nem todas as empresas oferecem a modalidade de trabalho remoto.
“Algumas empresas privadas e órgãos públicos estão em home office. Outra parte ainda desenvolve parte ou total de suas atividades em modo presencial como, por exemplo, no Distrito Industrial. É claro tendo os devidos cuidados, sempre disponibilizando máscaras, álcool em gel e até pagando testes de coronavírus”.
Sem aulas e sem estágio
Bem como Ribamar, o aluno Fredgaard Victor, acadêmico de psicologia, está preocupado com a decisão da universidade. Há cerca de um ano, Fredgaard Victor trabalha na Fundação Hospital Adriano Jorge (FHAJ) e está no processo de renovação de contrato, mas o estudante afirma que a medida da Ufam, neste ato prejudica o bolso e o desenvolvimento profissional dele.
“Primeiro que a bolsa do estágio é a minha principal fonte de renda e tem sido essencial para dar conta das despesas de casa. Além disso, tem a questão da formação, pois a prática do estágio é permite meu desenvolvimento na área enquanto as aulas estão paradas”.
Ainda de acordo com o documento, a decisão da Ufam é valida até o cenário se mostrar seguro, de acordo com o Plano de Biossegurança da Universidade e com a situação epidemiológica do Amazonas.