“Não vou levar meu filho para ser cobaia”, “Tadinhas”, “Minha filha está fora dessa palhaça”. Essas declarações foram retiradas de parte dos comentários, nas redes sociais do Manaus 360º, referentes à matéria “Crianças podem receber vacina contra covid-19”.
A notícia informou que a Agência Nacional de Vigilância em Saúde (Anvisa) autorizou a aplicação Pfizer nas crianças entre 5 e 11 anos. Conforme estudo científico, a autarquia identificou que um terço da dose aplicada nos adultos é suficiente para livrar os pequeninos de doenças graves e das potencialmente fatais relacionadas ao vírus.
Efeito Bolsonaro
Entretanto, desde o anúncio da Anvisa, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), declarou guerra contra a imunização para crianças. Bolsonaro chegou a classificar a autorização da Anvisa como “Inacreditável”. E, neste fim de semana, disse a apoiadores, no Guarujá, litoral paulista, que só será permitida a vacinação das crianças com receita médica e autorização dos pais.
O negacionismo é uma marca do presidente durante a pandemia. Os brasileiros viram, por exemplo, ele dar protagonismo a remédios sem eficácia comprovada contra a covid-19, e colocar a segurança da vacina em ‘xeque’. E em outubro – quando todo o Brasil estava em campanha para alcançar o maior número de vacinados – o presidente veio a público confirmar que não pretende tomar o imunizante.
STF entra em jogo
O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, na última sexta-feira (17), que o governo federal se manifeste em 48 horas sobre a vacinação contra a Covid-19 de crianças entre 5 e 11 anos.
Em resposta, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou que vai fazer uma audiência pública para avaliar se vai ou não adotar a vacina para crianças no Brasil.