O vereador eleito Sargento Salazar (PL), o mais votado nas eleições de 2024, anunciou que pretende nomear em seu gabinete policiais militares expulsos da corporação que foram filmados em um episódio de agressão a um jovem de 15 anos em 2010. Entre os envolvidos, estão André Luiz Castilhos Campos e Rosivaldo de Souza Ferreira, que foram absolvidos em um júri popular em 2012, mas, mesmo assim, afastados da Polícia Militar do Amazonas.
Em 2014, o Ministério Público conseguiu anular essa absolvição, em decisão assinada pelo desembargador Rafael Romano, então vice-presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM). A defesa dos policiais tentou reverter a anulação e evitar um novo julgamento, mas as tentativas foram negadas tanto pelo desembargador Ari Moutinho, do TJ-AM, quanto pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Até outubro de 2024, o segundo julgamento ainda não havia ocorrido, com a última movimentação processual registrada em novembro de 2023. Outros três policiais também foram expulsos em razão do episódio: Wesley Souza dos Santos, Marcos Teixeira de Lima e Alexandre de Souza.
Salazar, em vídeo, defendeu que as expulsões foram “injustas” e que pretende contratar todos os cinco para trabalharem com ele. “Uma situação muito triste o que aconteceu com esses policiais. Ninguém nunca procurou ajudá-los. Eu vou colocar os cinco policiais no meu gabinete”, afirmou.
O vereador também destacou que os policiais teriam “trocado tiro com vagabundo” e que, mesmo absolvidos pelo júri popular, foram mantidos afastados da corporação por mais de uma década. “Eles foram a júri popular, eles foram inocentados no júri popular. Mesmo assim, há dez anos que eles se encontram expulsos da instituição”, acrescentou.
Os policiais André Luiz e Rosivaldo foram inicialmente acusados de tentativa de homicídio qualificado e coautoria de roubo qualificado. André Luiz respondeu por tentativa de homicídio, enquanto Rosivaldo foi acusado de falsa comunicação de crime, coautoria de tentativa de homicídio e roubo qualificado. O julgamento em que foram absolvidos foi presidido pelo juiz Mauro Antony, da 3ª Vara do Tribunal do Júri Popular do Amazonas.