Na data que marca o Dia do Músico (22), a Câmara Municipal de Manaus (CMM) repercutiu o anúncio do prefeito David Almeida (Avante) de contratar, por R$ 600 mil, o cantor Luan Santana para o Réveillon de 2022.
Como mostrou o Manaus 360°, o valor anunciado por Almeida é praticamente o dobro do cachê médio cobrado por Luan, que é de R$ 320 mil segundo a imprensa nacional.
‘Não é prioridade’
Um dos principais oposicionistas da gestão David Almeida, o vereador Rodrigo Guedes (PSC) aproveitou o pequeno expediente para criticar a contratação. “Isso [a contratação de artistas nacionais para o Réveillon] não é prioridade”, disse.
Para Guedes, o valor, que ele considera alto, poderia ser utilizado em outras ações da prefeitura. “Só para citar um exemplo, nós podemos distribuir 6 mil cestas básicas de R$ 100”, sugeriu.
O vereador destacou ainda que, em enquetes realizadas nas redes sociais, a população se mostrou contrária à realização do evento na Ponta Negra. “Pelo menos 90% a 95% é contra a realização de um show desse porte nesse momento”, concluiu.
Sucedendo Guedes na tribuna, o vereador Raulzinho (PSDB) se limitou a comentar que “o dinheiro da Cultura é específico para a Cultura” e que a prefeitura não poderia acatar a sugestão de usar a verba para a distribuição de cestas básicas, como no exemplo de seu antecessor.
Empregos compensam gastos
Do lado dos apoiadores do prefeito, o vereador Lissandro Breval (Avante) defendeu a realização do Réveillon. “Festa de final de ano não é só o cachê. Festa de final de ano é geração de emprego”, pontuou o parlamentar.
Em seu discurso, Breval lembrou dos impactos que a pandemia da Covid-19 trouxe sob o setor de eventos. “Centenas de pais de família perderam sua atividade e ficaram sem renda”, relata.
Nesse mesmo sentido, o vereador William Alemão (Solidariedade), que é dono de uma casa de festas na capital, aproveitou para cutucar Rodrigo Guedes. “Tenho certeza que na enquete que o vereador fez não teve nenhum músico, ninguém que trabalha no entretenimento”, disse.
Sem apresentar dados, Alemão defendeu que o evento vai gerar cerca de 3 mil empregos. “Só diretamente, serão mais de 400 [músicos] que irão participar deste evento e terão um dinheirinho no bolso”, afirmou.