A absurda história da “fantasia” de halloween que fazia apologia ao feminicídio de Eliza Samúdio, ocorrido em 2010, repercutiu no noticiário nacional e até internacional. Com tanta exposição negativa, o dono (ou ex-dono) do Porão do Alemão, o vereador William Alemão, correu para desvincular sua imagem da casa.
Nesta quinta-feira (4), o parlamentar publicou um vídeo em seu canal pessoal no YouTube, replicado pela conta da casa de shows no Twitter.
A curiosidade fica na forma como a casa faz questão de dizer que Alemão, eleito vereador em 2020, é o “ex-chefe”. Ao longo do último ano, antes da segunda onda do coronavírus, que instalou um cenário de caos em Manaus, e antes de lançar sua campanha para concorrer ao cargo, Alemão chegou a publicar diversos vídeos criticando medidas de restrição para prevenção à Covid-19, entre elas o fechamento de casas de show.
Eleito, ele passou a militar, de dentro da Câmara, pela queda das restrições, mesmo num cenário de pandemia ainda não controlada. Confira o vídeo:
Entenda o caso
No último sábado, o Porão do Alemão realizou o “Halloween do Porão”. Autorizada a usar sua pista de dança e 50% da capacidade de público, a casa estimulou seus frequentadores a irem com fantasias, e ao longo da noite, postou nas redes sociais as que considerou mais criativas. Só que uma delas chamou atenção por fazer apologia ao assassinato da modelo Eliza Samúdio, cujo corpo nunca foi encontraddo.
Durante as investigações, a Polícia chegou a divulgar que a principal suspeita é de que ela tenha sido esquartejada e que partes de seu corpo tenha sido dado como alimento a cachorros. Na época, o caso terminou com o goleiro Bruno preso e condenado por ser o mandante do crime.
Na foto divulgada pela própria casa de shows, um homem, identificado como sendo um tatuador, aparece de costas, vestindo uma camisa com listras rubro-negras, com nome “Bruno”. Na mão esquerda, ele carrega um saco de lixo, no qual está escrito “Eliza”.
Após a repercussão negativa, a casa divulgou uma nota culpando um suposto estagiário de 20 anos pelo erro em fazer a postagem. O funcionário teria sido afastado. Juliana Lima, que se identifica como “a proprietária de fato” do Porão, gravou um vídeo de retratação que foi postado no canal da casa no YouTube. Confira: