O governador Wilson Lima (União), em entrevista ao site Amazonas Atual, afirmou que não poderia conceder o reajuste salarial de 15,19% reivindicado pelos professores. O chefe do executivo disse que estaria cometendo crime de responsabilidade se gerasse despesa maior que o orçamento estadual, ficando sob risco de cassação.
“Se eu desse, por exemplo um reajuste além do que me permite o orçamento do estado eu estaria ensejando em um crime e inclusive sujeito a cassação. Então, aqui tudo o que a gente faz é com muita responsabilidade, entendendo aquilo que a gente pode fazer. E eu não vou assumir nenhum compromisso que eu não possa cumprir”, disse.
O governador, entretanto, ignora que foi a gestão estadual quem ofereceu o reajuste de 15,19% de forma escalonada, com 8% imediatamente, mais 3% em outubro e os 4,19% restantes de forma parcelada a partir de maio de 2024. Contudo, a proposta final enviada para aprovação da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) é somente de 8%, sem acréscimos.
A proposta é bem menor que a reivindicação do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam), que pedia 25% de reajuste referentes às datas-bases de 2022 e 2023, bem como resquícios dos outros dois anos anteriores. No final de maio, os representantes saíram com a proposta de 15,19%, conforme a presidente do sindicato, Ana Cristina. Contudo, o vazamento de áudios nos quais professores chamavam Wilson de autoritário teria irritado o governador.
Wilson Lima chegou a afirmar que os professores estariam sendo usados como massa de manobra por um grupo político. Já nessa semana, o governador utilizou o argumento orçamentário, o qual não permitiria o reajuste acima de 8%. O projeto está em discussão na Aleam.