A conselheira Yara Lins, recém-eleita para a presidência do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM), foi à polícia denunciar que sofreu ameaças e xingamentos por parte do conselheiro Ari Moutinho. O caso ocorreu pouco antes da eleição da mesa diretora na última terça-feira (3).
Em coletiva de imprensa, Yara afirmou que foi cumprimentar Ari Moutinho com um ‘bom dia’, mas ele respondeu com: ‘Bom dia nada! Saf*d*, put*, vadi*’. O conselheiro também a teria ameaçado. A nova presidente denunciou Ari por injúria, ameaça e tráfico de influência.
Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra o momento do ataque de Moutinho contra Yara Lins. Na coletiva, a conselheira afirmou que estava na delegacia como uma mulher “que foi covardemente agredida dentro do plenário antes da eleição para me desestabilizar”.
“Ele me ameaçou dizendo que ia me f*der ‘porque lá a Lindôra do Ministério Público, lá no STJ você vai ver'”, disse.
‘Lindôra’ se trata da vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, que exerce o cargo desde a indicação de Augusto Aras para a chefia da PGR.
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Desterro não sabe de nada
Em nota oficial, o ainda presidente do TCE-AM, conselheiro Érico Desterro, afirmou que “em atenção a diversas solicitações de manifestação sobre o alegado incidente havido entre membros do Tribunal Pleno, no último dia 03 de outubro, na Sessão da Primeira Câmara na qual não se encontrava presente, informa que não recebeu qualquer comunicação ou solicitação referente ao assunto ocorrido e que, igualmente, não foi previamente informado sobre a entrevista coletiva concedida na data de hoje”.
“O presidente enfatiza, ainda, que o Tribunal de Contas, durante os últimos dois anos, implementou um sistema de integridade institucional, com códigos e comitês de ética pública, comissões de enfrentamento a qualquer espécie de assédio e discriminação, possuindo canais efetivos de comunicação de quaisquer irregularidades e desvios de conduta, inclusive com tratamento diferenciado às questões relacionadas às mulheres”, conclui.