O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), rebateu as críticas do deputado amazonense Marcelo Ramos (PSD) e disse, à TV Globo, que a decisão de destituir Ramos da vice-presidência da Câmara foi “estritamente regimental”.
O amazonense deixou o cargo nesta segunda-feira (23) após o ministro Alexandre de Moraes, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), derrubar a liminar que o mantinha na vice-presidência após trocar o PL, do presidente Jair Bolsonaro, pelo PSD, do senador Omar Aziz.
Ramos recorreu às redes sociais para lamentar a decisão de Lira. No Twitter, o parlamentar disse que perdeu o cargo por não trair seus ideais nem o seu povo. “Eles ficam com a cadeira. Eu fico com os meus ideais e com o povo do Amazonas”, escreveu.
Pressão política
Em outro vídeo, Marcelo Ramos classificou a decisão como política. “Sobre o episódio relacionado à vice-presidência da Casa, quero dizer que não abordarei temas regimentais ou jurídicos, porque a decisão do presidente da Câmara não é regimental e nem jurídica, é uma decisão política”, disse.
A posição de Ramos à frente das sessões vinha desagradando parlamentares da base governista. Além de críticas a Jair Bolsonaro (PL), que se intensificaram com o decreto do IPI, o deputado se negava a por em votação projetos de interesse do governo.
Sobre a pressão política, Ramos disse que não trocou o cargo pelo silêncio. “A vice-presidência da Câmara não vale minha omissão aos ataques do governo federal à ZFM, que atingem os empregos, as escolas, os hospitais dos amazonenses, a Universidade do Estado do Amazonas, os recursos destinados ao interior do Amazonas”, ressaltou.
‘Estritamente regimental’
Já Arthur Lira defende que o regimento interno da Câmara é claro sobre a questão do Ramos. A decisão de Lira reverte decisão tomada em 2016 pelo então presidente Eduardo Cunha, que permitiu a manutenção do cargo na Mesa Diretora caso o titular mude para um partido do mesmo bloco.
O alagoano decidiu que a vaga na Mesa Diretora pertence ao partido ao qual coube o cargo em questão. O presidente da Câmara afirmou que esse entendimento é seguido não apenas na Mesa, mas também nas comissões da Casa.